Contexto histórico do último quartel do séc. XIX

Contexto histórico do último quartel do séc. 
XIX

O Marxismo é o conjunto de ideias filosóficas, económicas, políticas e sociais elaboradas primariamente por Karl Marx e Friedrich Engels e desenvolvidas, mais tarde, por outros seguidores. Baseado na concepção materialista e dialéctica da História, interpreta a vida social conforme a dinâmica da base produtiva das sociedades e das lutas de classes daí consequentes. O marxismo compreende o homem como um ser social histórico e que possui a capacidade de trabalhar e desenvolver a produtividade do trabalho, o que diferencia os homens dos outros animais e possibilita o progresso de sua emancipação da escassez da natureza, o que proporciona o desenvolvimento das potencialidades humanas.
Pode-se dizer que o pensamento de Karl Marx (1818-1883) foi desenvolvido fundamentalmente a partir de seus estudos sobre as três tradições intelectuais já bem desenvolvidas na Europa do século XIX: a filosofia idealista alemã de Hegel e dos neohegelianos, o pensamento da economia-política britânica e a teoria política socialista utópica, dos autores franceses.

Karl Marx

Simbolismo
Entende-se por Simbolismo, não o conjunto de manifestações espiritualistas do último quartel do séc. XIX e o primeiro quartel do séc. XX, mas, num sentido mais especificamente histórico-literário, uma escola ou corrente poética (incluindo a poesia em prosa e a poesia teatral), que se afirma sobretudo entre 1890 e 1915.
De facto, esta define-se por um conjunto de aspectos, aliás variáveis de autor para autor, que dizem respeito às atitudes perante a vida, à concepção da arte literária, aos motivos e ao estilo. Sem dúvida, esta corrente literária insere-se na atmosfera mental, antipositivista, de fins do séc. XIX; mas certos caracteres de técnica literária, de forma, são inerentes ao conceito de Simbolismo aqui adoptado.
Entretanto, há ainda um conceito mais restrito: o daqueles que, tomando como pontos de referência paradigmáticos Mallarmé e Claudel, definem o Simbolismo pela busca obstinada duma verdade metafísica, demanda cujo instrumento de descoberta seria o símbolo. Com efeito, se teimássemos em definir o Simbolismo tão-só pela visão do Universo como teia de analogias, floresta de misteriosas «correspondências» que o poeta se propõe desvendar, então não teria havido Simbolismo autêntico em Portugal: os poetas portugueses dessa época ter-se-iam limitado a copiar grosseiramente gestos, cujo sentido profundo não alcançavam.

Primeira Guerra Mundial (1913-1918)

O Fontismo é a designação dado ao período que se seguiu à Regeneração, entre 1868 e 1889, e à consequente diminuição, ainda que temporária, da crónica instabilidade política em que tinha mergulhado a monarquia constitucional portuguesa. O período foi marcado por acções de fomento de obras públicas e por uma tentativa de modernização das infra-estruturas do país. A designação fontismo deriva do nome de Fontes Pereira de Melo, a figura política liderante do período, o qual esteve à frente de dois governos: o primeiro com início a 13 de Setembro de 1871; e o segundo a partir de 29 de Janeiro de 1878 até 22 de Janeiro de 1887, data da sua morte.


Fontes Pereira de Melo


A Regeneração é a designação dada ao período da Monarquia Constitucional portuguesa que se seguiu à insurreição militar de 1 de Maio de 1851que levou à queda de Costa Cabral e dos governos de inspiração setembrista. Apesar de o ministério que resultou do golpe ser presidido pelo marechal Saldanha, o principal personagem da Regeneração foi Fontes Pereira de Melo. Embora não possa ser claramente delimitada no tempo, o período da Regeneração durou cerca de 17 anos, terminando com a revolta da Janeirinha, em 1868, que levou o Partido Reformista ao poder. A Regeneração foi caracterizada pelo esforço de desenvolvimento económico e de modernização de Portugal, a que se associaram pesadas medidas fiscais.

Manuel Borges 1
O Romantismo foi um movimento artístico, político e filosófico surgido nas últimas décadas do século XVIII na Europa que perdurou por grande parte do século XIX. Caracterizou-se como uma visão de mundo contrária ao racionalismo e ao iluminismo e buscou um nacionalismo que viria a consolidar os estados nacionais na Europa.
Inicialmente, apenas uma atitude, um estado de espírito, o Romantismo toma, mais tarde, a forma de um movimento e o espírito romântico passa a designar toda uma visão de mundo centrada no indivíduo. Os autores românticos voltaram-se cada vez mais para si mesmos, retratando o drama humano, amores trágicos, ideais utópicos e desejos de escapismo. Se o século XVIII foi marcado pela objectividade, pelo Iluminismo e pela razão, o início do século XIX seria marcado pelo lirismo, pela subjectividade, pela emoção e pelo eu.
O termo romântico refere-se ao movimento estético ou, em um sentido mais lato, à tendência idealista ou poética de alguém que carece de sentido objectivo.


A Revolução Belga de Wappers
O Ultra-romantismo foi um movimento literário português que aconteceu na segunda metade do século XIX. Na verdade, caracterizou-se por escritores jovens que viviam numa "geração perdida", que levaram, ao exagero, as normas e ideais preconizadas pelo Romantismo, nomeadamente a exaltação da subjectividade, do individualismo, do idealismo amoroso, da Natureza e do mundo medieval. Os ultra-românticos geram torrentes literárias de qualidade muito discutível, sendo algumas dela considerada como "romance de faca e alguidar", dada a sucessão de crimes sangrentos que invariavelmente descreviam e que os realistas vão caricaturar de forma feroz.
Existe, todavia, literatura ultra-romântica de qualidade inquestionável. Além de João de Deus, são também autores ultra-românticos Camilo Castelo Branco, Soares de Passos e Castilho. Em algumas obras de Almeida Garrett e de Alexandre Herculano, é já possível detectar alguns traços de Ultra-romantismo, apesar de serem dois dos introdutores do Romantismo em Portugal.


Camilo Castelo Branco

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