Questão Coimbrã

Questão Coimbrã foi o primeiro sinal de renovação ideológica do século XIX entre os defensores do “status quo”, desactualizados em relação à cultura europeia, e um grupo de jovens escritores estudantes em Coimbra, que tinham assimilado as novas ideias.
Em redor de Castilho, formou-se assim um grupo em que o academismo e o formalismo vazio das produções literárias correspondia à hipocrisia das relações humanas, e em que todo o Realismo desaparecia; o grupo que Antero de Quental chamaria de «escola de elogio mútuo». Em 1865, solicitado a apadrinhar com um posfácio o “Poema da Mocidade”, de Pinheiro Chagas, Castilho aproveitou a ocasião para, sob a forma de uma Carta ao Editor António Maria Pereira, censurar um grupo de jovens de Coimbra, que acusava de exibicionismo, de obscuridade propositada e de tratarem temas que nada tinham a ver com a poesia, acusava-os de ter também falta de bom senso e de bom gosto. Os escritores mencionados eram Teófilo Braga, autor dos poemas “Visão dos Tempos e Tempestades Sonoras”; Antero de Quental, que então publicara as “Odes Modernas”, e um escritor em prosa, Vieira de Castro, o único que Castilho distinguia.
Antero de Quental respondeu com uma Carta com o título "Bom senso e bom gosto" a Castilho, que saiu em folheto. Nela defendia a independência dos jovens escritores; apontava a gravidade da missão dos poetas da época de grandes transformações em curso e a necessidade de eles serem os arautos dos grandes problemas ideológicos da actualidade, e metia a ridículo a futilidade e insignificância da poesia de Castilho.


Grupo Questão Coimbrã

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